domingo, setembro 27, 2009

Acho que fiz bem

"Pedi a ele uma DEFINIÇÃO. Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas, encontros transferidos. No plano REAL: que história é essa? No que depende de mim, estou disposto & aberto. Perguntei a ele como se sentia. Que me dissesse. Que eu tomaria o silêncio como um não e ficaria também em silêncio. Acho que fiz bem."

Caio Fernando Abreu


Um amigo tem esse texto em seu perfil.
Não sou dada a agrados, pois sou difícil, muito.
Mas deste pequeno texto me agradei, muito.
Ele diz tudo, tudo o que deve sem dúvida nenhuma ser dito, o resto da conversa são suspiros, olhos com algumas lágrimas, ou mesmo surpresa.

Pelo menos creio que é certo.
Na simplicidade pra resolver toda e qualquer situação, e principalmente nas deste tipo.
Segue-se em frente, foca-se em outras coisas.
Sabendo do seu valor, o resto passa a ser brinquedo, pois se você sabe o que você é e principalmente o quanto vale, TUDO se resolve.
Desapego faz parte do processo.
Reciprocidade e consideração é fundamental.
Um é um, dois são dois. São diferentes, mas ainda sim, dividir e multiplicar deveria ser o combustível e quando não é, termina.
A boca fala - pelo menos deveria.
O silência fala - muito mais do que deveria.
É assim que se percebe as coisas, pelo menos é como percebo.
Detalhes, são apenas isso detalhes, para que haja clareza, tem que estar diante dos olhos, na cara, e para ser perfeito, a centímetros.
Dos meus exageros, não espero simplicidade dos outros, na verdade não espero nada dos outros.
Espero de mim, das minhas certezas, da pessoa que eu sou (e só eu sei) e da pessoa que eu quero me tornar.
Defini assim, e assim vai ser, até que eu mude de ideia.
Acho que fiz bem.



*escrito ao som de I know do Placebo.

domingo, setembro 06, 2009

A mais linda de todos os tempos



A declaração mais linda de todos os tempos....


Ponho os meus olhos em você
Se você está
Dona dos meus olhos é você
Avião no ar
Dia pra esses olhos sem te ver
É como o chão do mar
Liga o rádio a pilha à tv
Só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora

Os meus olhos vidram ao te ver
São dois fãs, um par
Pus no olhos vidros pra poder
Melhor te enxergar
Luz nos olhos para anoitecer
É só você se afastar
Pinta os lábios para escrever
A tua boca em minha
Que a nossa música eu fiz agora
Lá fora a lua irradia a glória

E eu te chamo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
Porque eu te quero também

Faço as pazes lembrando
Passo as tardes tentando
Te telefonar

Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando
Sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro Fusca lá fora

E eu vou guiando
Eu te espero vem
Siga aonde vão meus pés
Porque eu te sigo também

Eu te amo
Eu te peço vem
Diga que você me quer
Porque eu te
Quero também

Ensaio sobre religião e ética



Neste semestre tenho aula de religião.
E depois de um texto entregue em aula, me pus a pensar sobre as religiões.
Indiferente de suas crenças, raízes e culturas, cheguei a algumas conclusões - que inclusie foram entregues ao professor em trabalho.
Me agradou escrever sobre, mas confesso que se realmente escrevesse tudo o que penso sobre as religiões, em especial a católica, acredito que passaria raspando na disciplina, pois o professor, apensar de ser muito esclarecido, é padre.
Sem mais delongas segue o texto, que mais está para um 'ensaio opinativo' que fiz sobre a questão de religão e ética.

No texto apresentado fala-se sobre subjetividade moral, onde cada um cada um sabe o que é bom para si, o que é certo e o que é errado.
Discordo disso, apensar de saber que as pessoas 'trabalham' com uma ética/moral parcial, pela metade.
Simplesmente acredito que não existe meia ética, ou meia moral; ou você faz o que é certo, o bem, ou não faz.
Quando Sócrates em 399 a.C. foi levado a julgamento em Atenas por 'corromper' os jovens ao falar 'de uma força interior que o detinha quando prestes a fazer algo errado", o filosofo apresentava ao mundo os primeiros esboços do que conhecemos hoje como consciência, consciência ética, confundida algumas vezes com caráter. Ainda sim sua contribuição maior foi a ética, a ciência do 'fazer o bem'.
Diante da individualidade que vivemos na pós-modernidade o foco socrático da ética deve voltar a ser discutido, pois nunca o confronto do indivíduo com o abismo de si mesmo foi tão forte.
A fé é importante porque o simples ato de acreditar em alguma coisa - seja no que for - nos dá força (e algumas vezes resignação) para continuar.
Todavia seria um bom (re)começo para a humanidade lembrar da ética, da moral, pelo simples 'pensar e fazer o bem' porque o homem que age eticamente vive feliz.
Vladimir Nabokov diz que " a um homem livre não faz falta um Deus", mas a liberdade referida só é legítima se o homem for ético e não passar por cima dela por interesse pessoais.
Creio que pessoas que possuem fortes valores, tem consciência que a vida em sociedade é repartir (seja um pedaço de pão, um apartamento, espaços físicos, vivências, sentimentos), agem eticamente, fazem o certo, mesmo que isso lhes custe algo valioso.
Para essas pessoas um Deus - uma entidade maior - pouco explica ou diz.
Questões que angustiam o homem, como a clássica 'de onde viemos e para onde vamos?' advém muito mais da ansiedade natural do homem em temer o que não sabe e o que não entende. Reconheçamos que não estar no controle da situação é às vezes desesperador.
Obvia parece esta última frase, mas vou mais longe, penso também que a religião não deixa de ser um 'remédio placebo', para que as pessoas se sintam melhor(consciência) diante das coisas ruins que fazem ou mesmo assistem.
Aparentemente radical meu comentário, mas com alguma lógica.
Responder a estas questões e todas as outras que a ciências e toda sua lógica não conseguem é sim muito interessante, mas não tão importante, na minha opinião, quanto ser ético.
Ser ético tem como consequência uma consciência tranquila, e o resultado disso é bem ao próximo e a si mesmo.