segunda-feira, maio 10, 2010

Trilha/Filme Dans Paris



Pela segunda vez fui assistir o filme Dans Paris.
Antes de ir a segunda vez, eu já tinha a trilha do filme.
O que dizer dos dois... me pus a pensar ontem.

O filme conta a história de uma família as voltas da separação de um dos irmãos e nisso trouxe, no meu ponto de vista, a discussão sobre a tristeza profunda.
Não que o filme gire em torno apenas disso, mas depois de ouvir e ver pela segunda vez Dans Paris, foi o que mais me chamou atenção.

Paul se casou com Anna. Foram morar no Campo os dois e o filho dela.
Paul tem um pai e uma mãe que se divorciaram após a morte da irmã Clair, mas isso só aparece lá pro final do filme.
Jonathan, o irmão mais novo de Paul, é um jovem, e a palavra jovem já esclarece bem o que ele é.

O filme todo acontece através da narrativa de Jonathan do que tem acontecido a sua família no dia 23 de dezembro.
Toda a história começa com a separação de Paul e Anna e a descoberta do fim do amor entre os dois.
O sexo já não é mais o mesmo, as poucas conversas foram substituídas por silêncios, muitos cigarros, alguma bebida e música alta.
Paul volta a morar em Paris com o pai e o irmão, mas insiste em ficar trancado no quarto, deitado com casaco de lã. Jonathan o convida para ir ver as vitrines de Natal, como os dois irmãos sempre fazia na véspera da festa, e sai correndo. “São 9h36min, chego lá às 10h06min”.
No meio do caminho, três jovens que lhe ocupam boa parte da tarde. Uma numa motocicleta, Alice sua suposta namorada e a moça da vitrine.
O pai, esforçando-se para que Paul falasse o que estava acontecendo e nada.
O irmão, que segundo pai é um egoísta, estava indo esperar Paul na frente da loja.
Paul acaba se atirando da ponte, mas volta para casa. É encontrado pelo irmão Jonathan na banheira tomando um banho quente. Os dois conversam e assim o filme vai se desenvolvendo.
Ok, minha narrativa parece um tanto quanto fria e talvez desordenada com relação a cronologia do filme, MAS no final ainda podemos imaginar o que aconteceu.

Longe da minha narrativa fria, o filme me fez pensar muito.
Me fez pensar na tristeza desesperadora de Paul com o fim do amor.
Não que tenha sido culpa de alguém, apenas acabou.
A pergunta de Jonathan ao espectador faz pensar: “até onde a dor de um amor faz com que vocês possa se atirar de uma ponte??”
Paul se atirou e voltou. Paul colocou remédios na boca e tirou uma foto para depois chorar feito criança.

Mas depois de todas essas demonstrações de dor e de tristeza, a demonstração mais tranqüila foi a que mais gostei.
Alice, a namorada de Jonathan aparece em seu apartamento e Paul começa a conversar com ela já que o irmão ainda não havia chegado.

Paul lhe conta que eles tinham uma irmã, que ao 17 anos havia se matado por sentir uma profunda tristeza. Clair, de tempos em tempos sentia uma profunda tristeza que nada e nem ninguém conseguia aplacar, até que não agüentando mais se mata. Paul disse a Alice: “as vezes acho que nascemos com uma tristeza profunda, mas não temos culpa disso. Seria a mesma coisa que culpar alguém pela cor de seus olhos...ninguém tem culpa de nascer com olhos azuis...”

Pensei muito nisso e sinceramente não sei se discordo.
Sentimos o que sentimos, sem culpa, sem responsáveis, sem absolutamente nada, às vezes sentimos sem nem mesmo ter razão.
Paul está certo, sentimos os sentimentos por
Paul disse que queria conversar com Clair, pois somente ela lhe entenderia.
Tem uma cena no filme que diz e continua dizendo muito para mim, que é quando Paul liga para Anna e um canta para o outro “Avant la Haine”, uma das músicas mais tristes e mais bonitas de todos os tempos... e tudo fez e faz tanto sentido.

Acho Dans Paris um excelente filme, não apenas pela parte técnica, mas pela própria história, ver a segunda vez foi muito bom.

A trilha do filme também me agradou muito, pois é feita apenas de Jazz, por hora calmo e por hora acelerado. O cd da trilha tem 13 faixas e é maravilhoso para se escutar em um dia como hoje (nesses últimos tempos na verdade, mas isso é coisa minha), pois são 11 faixas instrumentais. Ele só falha por não ter uma música, a que Paul canta no quarto enquanto está deprimido. A música é de Kimi Wild, só não descobri qual ainda, mas muito boa. Mesmo. Descobrirei logo.

Não faço idéia de onde queria chegar com esse post, mas confesso que nunca havia pensando sobre a tristeza como passei a fazer depois desse filme.

Segue Avant la Haine...

domingo, maio 09, 2010

Exposição "Pedro Weingärtner 1853-1929 Um Artista entre o Velho e o Novo Mundo" no MARGS


Chegou tarde.1890.Óleo sobre tela.

De 12 de abril a 13 de junho, fomos brindados com a exposição: “Pedro Weingärtner 1853-1929 Um Artista entre o Velho e o Novo Mundo”.

O MARGS apresenta ao público uma retrospectiva das pinturas do artista Pedro Weingärtner. A exposição, com curadoria da crítica de arte, Ruth Sprung Tarasantchi, mostra um painel significativo de um dos mais notáveis artistas plásticos do Estado e do Brasil em seu tempo, o primeiro pintor gaúcho a ser reconhecido nacional e internacionalmente.

Weingärtner que dominava as mais diversas técnicas como cryon, carvão, bico de pena, grafite, aguada, aquarela e pastel, é segundo Cezar Prestes, diretor do MARGS, uma referência fundamental para a histórias das artes visuais. Pintor, desenhista e gravador gaúcho, Pedro Weingärtner (1853-1929) passou boa parte de sua vida em Porto Alegre e Europa. Viveu também em cidades da Alemanha, em Paris, em Roma – quando descobriu o vilarejo de Anticoli Corrado – e em Portugal.

Segundo Ruth, suas exposições tiveram uma boa acolhida por parte do público, por ter valorizado especialmente cenas dos imigrantes do sul do Brasil: a dura lida no campo, pequenas vendas, bailes interioranos e carreteiros que tomavam chimarrão em seu descanso. Suas telas em dimensões diversas compõem verdadeiras crônicas de costumes.
De Roma, Weingärtner registrou cenas da vida cotidiana na virada para o século XX, no campo, nos arredores de Anticoli Corrado, com suas luminosas colheitas de trigo e paisagens povoadas por modelos.

O pintor deixou também em suas telas temas como a Antiguidade clássica, banhos romanos, bosques e campos, onde os personagens cuidam de cabras e tocam instrumentos antigos, relembrando figuras mitológicas.

“A riqueza, a variedade e a qualidade da obra revelam um artista excepcional, que refelte os valores de uma época, filtrados pela sensibilidade que o fez eleger na terra natal as figuras de um imaginário próprio, de grande vigor.”, afirma Ruth.

Confesso que só conhecia de nome o pintor, e fiquei impressionada com o domínio pleno do artista de sombra e luz. As flores dos campos, nos seus tempos na Europa, me fizeram ter a sensação de balanço, de movimento, de que sim, eram flores mesmo. O dourados dos trigais eram absurdamente reais, a ponto de brilharem dourado como se o sol estivesse sobre eles. Mas o mais impressionante, para uma leiga como eu em arte, foi o reflexo de copos, tigelas, jarros d’água, de assustar seu realismo, não me lembro, nem mesmo na exposição do ano da França do Brasil que só apresentou grandes nomes, de ter visto algo parecido ou que lembrasse o que Weingärtner fez.

Portanto vale a pena uma conferida!
Mais informações no site www.margs.rs.gov.br


*post escrito a trilha do filme Dans Paris (2006)

Led Zeppelin - Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra

Depois de escrever o post do filme “A Todo Volume”, adivinha o que eu ganheeeei??

A bibliografia do Led Zeppelin!
Sim, sou completamente louca pelo Lez, desde meus 20 anos.
Pouco tempo eu sei, mas as coisas boas sempre chegam para gente, cedo ou tarde.

Led Zeppelin – Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra, foi escrito por um dos radialistas e jornalistas de música mais conhecidos da Grã-Betanha, Mick Wall, que se supera ao escrever, após quarenta anos da criação do Led Zeppelin, a primeira bibliografia realmente definitiva de um dos grupos de rock mais foda de todos os tempos.

Editado pela Larousse, possui 527 páginas entre introdução e bibliografia e mais algumas fotos do grupo em apresentações.

Porque deste post?
Em primeiro lugar porque estou falando de nada mais, nada menos que LED ZEPPELIN.
Em segundo porque quem tem o mínimo interesse em rock tem que ler esse livro, que tem uma narrativa tão leve e tão boa, que o torna praticamente uma cachaça!
Se começa a ler e não se pára mais...
Entre tantas bibliografias que já passaram diante de meus olhos, essa ficou.
Putaquelospario!

segunda-feira, maio 03, 2010

Filme "A Todo Volume"



Assim, na verdade entendo pouco de cinema.
Sei que gosto de filmes espanhóis, italianos, argentinos, franceses e não vou renegar os alemães apesar da força de choque que tem, sempre são bons. Em suma, gosto mesmo é do circuito alternativo, de cinema estrangeiro.
Para mim o cinema americano parou no máximo nas décadas de 1950 e 1960, onde podemos visualizar o real “cinema clássico”.
Não que grandes filmes não tenham sido feitos depois, afinal a “Era de Aquário”, o anos 70, nos trouxeram uma abundante criatividade, anos 80 novas perspectivas..e etc.
Mas enfim, tudo isso para dizer que tenho um filme para indicar.

O filme “A Todo Volume” mostra as histórias pessoais de três guitarristas famosos de gerações diferentes. Jimmy Page (Led Zeppelin), The Edge (U2) e Jack White (The White Stripes). O filme é dirigido por Davis Guggenheim, o mesmo diretor de “Uma Verdade Inconveniente”.

O filme revela como cada um destes músicos desenvolveu seu estilo único e sensacional de tocar a guitarra. Não que não toquem outros instrumentos, mas no filme fica bem clara a paixão de cada um por este instrumento fora de série.
Com depoimento dos próprios, o filme revela como cada uma desenvolve seu processo criativo, como cada um escreve e toca.

Tudo se passa no dia em que os três se encontram para trocar experiências e tocar.
Tocar, tocar e tocar!!
Foi emocionante ver o Jack White tocar em um casarão velho do Tennesse, batendo com o pé no chão, acompanhado de um piano.
Foi lindo ver o Jimmi Page voltando ao Headley Grange e mostrar o hall da casa onde “Stairway to Heaven” foi composta..e as imagens da banda no pátio...u.u..
Foi legal ver toda a parafernália que o The Edge usa para recriar novos sons, novos improvisos, em Dublin.
Mas o mais interessante deste filme, foi mostrar COMO eles chegaram onde chegaram. Os momentos de reflexão de suas vidas e o famoso “porra, poço fazer mais..”.
O momento de (re)descoberta de cada uma sobre sua parte músico, sua parte compositor, sua parte guitarrista.

De novo: Assim, SEN-SA-CI-O-NAL O FILME!!! ^^
Eu já assisti duas vezes, e apesar de não manjar muito de cinema, eu pelo menos GOSTO DE MÚSICA!
Esse filme é para quem gosta ou de cinema, ou de música, ou dos dois!!
Sua primeira aparição, foi no 6º Festival de Verão do RS de Cinema Internacional, em março deste ano. Sempre assisti grandes filmes neste festival, e em 2010 fui “presenteada” com essa maravilha, porque eu sou MUITO FÃ DE ROCK!!!
O filme também passou no Guion, e agora está na Casa de Cultura Mario Quintana até dia 06 de maio.
Quem não tiver tempo agora, espere que logo vai estar nas locadoras, mas NÃO DEIXE DE ASSISTIR!

Hasta luego!

*post escrito ao som de Ramble On, do Led Zeppelin