domingo, maio 09, 2010

Exposição "Pedro Weingärtner 1853-1929 Um Artista entre o Velho e o Novo Mundo" no MARGS


Chegou tarde.1890.Óleo sobre tela.

De 12 de abril a 13 de junho, fomos brindados com a exposição: “Pedro Weingärtner 1853-1929 Um Artista entre o Velho e o Novo Mundo”.

O MARGS apresenta ao público uma retrospectiva das pinturas do artista Pedro Weingärtner. A exposição, com curadoria da crítica de arte, Ruth Sprung Tarasantchi, mostra um painel significativo de um dos mais notáveis artistas plásticos do Estado e do Brasil em seu tempo, o primeiro pintor gaúcho a ser reconhecido nacional e internacionalmente.

Weingärtner que dominava as mais diversas técnicas como cryon, carvão, bico de pena, grafite, aguada, aquarela e pastel, é segundo Cezar Prestes, diretor do MARGS, uma referência fundamental para a histórias das artes visuais. Pintor, desenhista e gravador gaúcho, Pedro Weingärtner (1853-1929) passou boa parte de sua vida em Porto Alegre e Europa. Viveu também em cidades da Alemanha, em Paris, em Roma – quando descobriu o vilarejo de Anticoli Corrado – e em Portugal.

Segundo Ruth, suas exposições tiveram uma boa acolhida por parte do público, por ter valorizado especialmente cenas dos imigrantes do sul do Brasil: a dura lida no campo, pequenas vendas, bailes interioranos e carreteiros que tomavam chimarrão em seu descanso. Suas telas em dimensões diversas compõem verdadeiras crônicas de costumes.
De Roma, Weingärtner registrou cenas da vida cotidiana na virada para o século XX, no campo, nos arredores de Anticoli Corrado, com suas luminosas colheitas de trigo e paisagens povoadas por modelos.

O pintor deixou também em suas telas temas como a Antiguidade clássica, banhos romanos, bosques e campos, onde os personagens cuidam de cabras e tocam instrumentos antigos, relembrando figuras mitológicas.

“A riqueza, a variedade e a qualidade da obra revelam um artista excepcional, que refelte os valores de uma época, filtrados pela sensibilidade que o fez eleger na terra natal as figuras de um imaginário próprio, de grande vigor.”, afirma Ruth.

Confesso que só conhecia de nome o pintor, e fiquei impressionada com o domínio pleno do artista de sombra e luz. As flores dos campos, nos seus tempos na Europa, me fizeram ter a sensação de balanço, de movimento, de que sim, eram flores mesmo. O dourados dos trigais eram absurdamente reais, a ponto de brilharem dourado como se o sol estivesse sobre eles. Mas o mais impressionante, para uma leiga como eu em arte, foi o reflexo de copos, tigelas, jarros d’água, de assustar seu realismo, não me lembro, nem mesmo na exposição do ano da França do Brasil que só apresentou grandes nomes, de ter visto algo parecido ou que lembrasse o que Weingärtner fez.

Portanto vale a pena uma conferida!
Mais informações no site www.margs.rs.gov.br


*post escrito a trilha do filme Dans Paris (2006)