segunda-feira, novembro 06, 2006

e foi assim...


Aquele dia no saguão, você e eu, tão longe e tão perto, tão parecidos e tão diferentes.
Você, com sua pasta, camisa negra e jeans, o cabelo habitual e seus olhos brilhantes.
Eu, de mochila, colete e boné, tapando o rosto para que ninguém me visse tão cedo.
A aula, com um professor empolgado e os alunos com sono, mas ainda sim escrevendo, perguntando, alguns dormindo e outros olhando para o além....
A surpresa foi ter te visto naquela manhã
Mais que ficção, mais que essa história, foi o fato do coração ter pulado, ter levado um susto, ter batido além do habitual bombeamento de sangue.
Fui, mas voltei, antes de voltar hesitei três vezes, mil pensamentos na cabeça e o mais marcante foi: ‘será que ele está esperando alguém?’...
Voltei, subi as escadas pensando se por acaso eu veria quem nós esperávamos...mas ñ vi, ele provavelmente sim.
Na decida, na subida, na ida e na volta olhei para ele.
Não sei se houve o reconhecimento, pois os olhos estavam sedutoramente tapados pela aba do boné, ñ sei mesmo se ele reconheceu, só sei que o coração batia, que o nervosismo estava refletido no espelho do banheiro, que foi o esconderijo perfeito naquele momento. Infelizmente o espelho permaneceu calado, passivo a perguntas que ñ queriam calar... ‘O que está acontecendo?’...’O que há com o meu coração?’... ‘Pra que e porque esse nervosismo?’...
A mão na testa vislumbrada no espelho já sabia a resposta, embora mantendo o silêncio.
A refletida não fica ali, desceu dessa vez para ir embora, embora sem olhar, embora com o coração pulsando forte e sem nenhuma resposta e com muitas perguntas.
Toda essa situação reflete apenas uma coisa, o fato de ela ter desaprendido. Sim, desaprendido, esquecido, perdido....
Seu coração agora ñ pulsa apenas sangue, pulsa esperança, platonismos, desejos, sonhos... todo um mundo do imaginário, na esperança de que este seja (se torne) o real...

Fantástica essa história ñ?!...
Adorei!!!!
No que será que vai dar?!

1 Comments:

At 8/11/06 3:30 PM, Anonymous Anônimo said...

Situação tão desconfortável e tão desejada. Sentir o coração saltar, aquele calor e frio ao mesmo tempo, atenção total no observado.

Não importa no que vai dar. Importa que ela desaprendeu, que o coração voltou a pulsar esperança.

E todos corações deveriam manter-se assim: pulsando esperança!

Te vi no ônibus outro dia, querida. Tu desceu uma parada depois que eu subi. Não consegui falar contigo, pq tinha um maaaar de gente na frente. ¬¬
Distância entre nós: eu na roleta, tu na porta.

Saudades.

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